Foi divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, os últimos dados sobre a Dengue no ano de 2019. O aumento observado foi alarmante. Desde o início do ano, 451.685 possíveis casos de Dengue foram registrados pelos estabelecimentos de saúde. Esse número equivale a 339,9% a mais do que foi apontado no mesmo período do ano passado.

No mesmo momento em 2018, os números não passavam de 103 mil. As áreas mais afetadas, segundo o estudo, estão concentradas na região Sudeste e Centro-Oeste do país, com maior incidência nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Alguns, inclusive, demonstraram ocorrências superiores a 300 casos para cada 100 mil habitantes.

Alguns estados já apresentam epidemia da doença. Nestes incluem o Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Acre, Espírito Santo, São Paulo e Paraná.

Apesar do número crescente, o Ministério da Saúde não considera o aumento de casos como uma epidemia. Segundo o órgão, apesar da discrepância quanto ao ano anterior, a quantidade de casos de Dengue relatada já era esperada para o ano vigente. Embora possam existir epidemias em locais específicos, não é possível relacionar esses surtos a todo o país.

Estudiosos explicam que o aumento nos casos é referente às modificações ambientais que propiciaram a proliferação de mosquitos. Além disso, 85% dos doentes avaliados apresentavam o sorotipo 2 da doença. Esse tipo não estava em circulação pelo território brasileiro há algum tempo, o que possibilita maior suscetibilidade da população a esse sorotipo.

Perspectivas dos casos de Dengue para 2019

De acordo com levantamentos realizados, cerca de 1000 cidades podem ter surto de Dengue e doenças transmitidas por mosquitos. Mais de 5 mil municípios realizaram pesquisas com o intuito de avaliar o possível aumento na incidência de Dengue e patologias relacionadas. 20% dessas regiões demonstraram alto índice de proliferação e risco de surtos.

Esses estudos permitem a coleta de dados dos bairros e municípios que apresentam focos de reprodução do mosquito e os criadouros existentes. Informações desse tipo são interessantes para planejamento do combate ao vetor nessas regiões, com o objetivo de minimizar os possíveis casos vindouros.

De acordo com os resultados, os criadouros mais comuns são os recipientes fixos passíveis de acumulação de água como barris, seguidos de vasos e pratos, e por último, frascos achados em lixos. Esses dados confirmam como a ação da população, em conjunto com os órgãos públicos, é importante para controle da infestação.

Medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti

O Ministério da Saúde concede aos estados, insumos para o controle do mosquito, além de ceder veículos para utilização, como fumacês. É responsabilidade do órgão a disponibilização de testes diagnósticos quando houver solicitação pelos municípios. Todas as ações são tratadas em conjunto por alguns ministérios e o Governo Federal.

Os recursos destinados à vigilância de doenças transmissíveis, como a Dengue, tiveram o orçamento aumentado desde 2010 para maior controle dessas patologias.

Entretanto, além do investimento em pesquisas contra a dengue, é importante destacar que a conscientização da população quanto à identificação e exterminação dos criadouros é uma das medidas mais eficazes de controle e redução dos casos de Dengue. Nesse sentido, é de suma importância o investimento no âmbito da educação social para minimizar a proliferação do vetor.