Os primeiros dias desde a eleição do novo presidente, Jair Bolsonaro (PSL) têm sido marcados por novidades.

Estas novidades afetam todas as esferas da sociedade, o que inclui a ciência e tecnologia, que acabam de conhecer o seu mais novo defensor e representante.

Trata-se de ninguém menos que Marcos Pontes, o primeiro (e até agora único) astronauta brasileiro a ir ao espaço.

O astronauta aceitou o convite feito pelo presidente para servir como ministro da ciência e tecnologia e já contou, em entrevista, algumas de suas motivações e ideias para aplicar assim que assumir o posto.

Veja um pouco mais sobre quem é Marcos Pontes e o que ele pretende realizar para fazer o Brasil avançar na área de ciência e tecnologia.

Trajetória profissional

Marcos Pontes entrou na Força Aérea Brasileira (FAB) em 1981 e, com o tempo, se tornou piloto de aviões. Em 1989, se formou engenheiro aeronáutico no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

Em 1996, entrou na Naval Postgraduate School, que fica na Califórnia, EUA. Lá ele aprendeu a operar ônibus espaciais e aprendeu como funciona a Estação Espacial Internacional. Por fim, conseguiu seu mestrado pela instituição.

Isso foi peça-chave para que, em 1998, Pontes fosse escolhido em concurso público da Agência Espacial Brasileira para representar o Brasil na Nasa (agência espacial norte-americana).

Como a carreira de astronauta é considerada civil, isso representou o fim de suas atividades como militar, na qual alcançou o posto de tenente-coronel.

Atualmente, Pontes é Embaixador da Boa Vontade pela ONU, além de dar palestras e continuar trabalhando com a Nasa.

O tamanho do desafio

Os fundos para o desenvolvimento tecnológico e científico no Brasil vêm sofrendo profundos cortes, como medidas para conter a crise orçamentária e os gastos públicos altos.

Só para você ter uma ideia, em 2014 foram destinados mais de 11 bilhões de reais para esta área. Já em 2018, o montante foi reduzido a pouco mais de 4 bilhões.

fonte: Jornal Nexo

Como o avanço científico e tecnológico nacional é altamente dependente de verba governamental, fica fácil dizer que se tem dado cada vez menos atenção a este aspecto até o momento.

Parte do plano de governo do novo presidente é dobrar a verba para pesquisa e desenvolvimento, com valores entre R$10 e R$15 bilhões. Bolsonaro também promete investir em torno de 3% do PIB nacional (número que hoje corresponde a 1%).

Por sua vez, o desafio de Marcos Pontes é grande em reverter o quadro atual desfavorável e colocar a inovação e o desenvolvimento tecnológico em papel de protagonismo.

Isso envolve realizar parcerias com instituições privadas, destravar o acesso a capital estatal e incentivar o desenvolvimento de talentos e empreendimentos na área.

Entre eles, os vales do grafeno e do nióbio, ideias defendidas por Bolsonaro desde antes da sua candidatura oficial.

Potencial de impacto na economia

Um dos pilares do novo governo é o novo superministério da economia, e isso também passa pela função que Marcos Pontes vai desempenhar, como ministro da ciência e tecnologia.

Afinal, parte da importância do desenvolvimento nessas áreas tem a ver com causar impacto econômico positivo no país, e não só fortalecê-lo em sentido estratégico e militar.

Esse avanço econômico pode acontecer com a abertura de mercado e o incentivo à inovação, que seriam pautadas em ajustes fiscais para facilitar a criação e crescimento de empresas no setor.

Com um cenário favorável à inovação, tais empreendimentos seriam competitivos em nível global.

Por fim, resta saber quais desses desafios serão conquistados nos próximos anos. Mas uma coisa é certa: o único astronauta brasileiro a ir ao espaço é referência quando se trata de ciência e tecnologia.