Desenvolver uma vacina requer um período extenso de pesquisa e testes para verificação de sua eficácia e possíveis efeitos colaterais. Com a pandemia, diversos grupos de cientistas têm corrido contra o tempo para produzir uma vacina contra a covid-19 que seja eficiente e esteja disponível em tempo hábil.

No momento, há quatro opções sendo testadas em brasileiros. Por serem aplicadas em voluntários nativos, e considerando as condições de temperatura e armazenamento utilizados no país, são propostas promissoras e com parâmetros para serem distribuídas para a população brasileira.

Conheça abaixo quais são essas vacinas que já estão na última fase de testes no Brasil.

Vacinas contra Covid-19 testadas no Brasil

Veja quais são as 4 vacinas testadas no país, onde estão sendo aplicadas e como funcionam.

Pfizer- BNT162

Essa vacina está sendo produzida pela Pfizer em parceria com a BioNTech e utiliza a tecnologia do RNA mensageiro para produzir uma resposta imunológica. No caso dessa vacina, a molécula de RNA é produzida em laboratório e entra na célula, possibilitando a produção de proteínas que compõem o vírus. Sendo assim, o sistema imunológico identifica tais proteínas como patógenos, gerando uma resposta imune.

Até o momento, 44 mil pessoas foram voluntárias para o teste, sendo que desse grupo metade recebeu a vacina e a outra metade um placebo. Dentre esses, 170 indivíduos apresentaram sintomas de covid-19, mas apenas 8 pertenciam ao grupo vacinado. Dessa forma, a vacina apresentou 95% de eficácia. No Brasil, 3100 voluntários foram testados em São Paulo e na Bahia.

A vacina não causou efeitos colaterais graves e também demonstrou uma alta eficiência em pacientes com mais de 65 anos e de etnias diversas. Sua principal vantagem é a facilidade e rapidez na produção. No entanto, apresenta como desvantagem a necessidade de refrigeração a -70ºC.

Oxford- AZD1222

A vacina de Oxford está sendo desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e utiliza um adenovírus atenuado de chimpanzé como veículo para fragmentos da proteína spike do coronavírus. Por não causar doença em humanos, esse adenovírus atenuado é capaz de gerar uma resposta imune maior e por ser um vírus não-humano, a possibilidade de infecção é muito pequena.

Entretanto, sua tecnologia é bastante sofisticada e pode não ser viável em muitos laboratórios. No Brasil, 10 mil voluntários foram testados em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. A vacina apresentou eficácia de 62 a 90% dependendo da dose que foi administrada.

Sinovac- Coronavac

A vacina produzida pela Sinovac utiliza o coronavírus inativado, que é o vírus morto. Sendo assim, o vírus não causa a infecção, mas é capaz de produzir anticorpos e gerar imunidade. Sua tecnologia é muito simples e apresentou efeitos colaterais mínimos em apenas 5% dos indivíduos testados. Em contrapartida, a resposta imunológica em idosos foi mais fraca que em indivíduos mais jovens.

No Brasil, 13.060 voluntários foram testados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Janssen- Ad26 SARS-CoV-2

Essa tecnologia também utiliza um vetor de adenovírus para carregar uma proteína do coronavírus, possibilitando o desenvolvimento de resposta imunológica pelo organismo.

A maior desvantagem dessa vacina é que como utiliza um adenovírus humano, a resposta imunológica pode ser menor. Mundialmente, mais de 60 mil pessoas foram testadas, e no Brasil 7560 voluntários estão sendo testados em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Perspectiva

Após começar a ser aplicada no Reino Unido, no último dia 8, o Ministério da Saúde informou que a distribuição das doses da Pfizer poderá ser iniciada ainda em dezembro, caso a farmacêutica consiga uma autorização emergencial junto à Anvisa, além de disponibilizar uma entrega de doses.

Enquanto isso, o governador de São Paulo, João Doria, acredita na aprovação da vacina da Sinovac pela Anvisa até o dia 15 de janeiro e pretende iniciar a vacinação no estado a partir do dia 25 de janeiro.

Com esses dados é possível prever que as primeiras vacinas aplicadas no Brasil serão de uma dessas instituições. O que se espera é que todos os processos sejam realizados rapidamente, mas de forma cautelosa, disponibilizando assim uma vacina para covid-19 que seja eficiente e segura para utilização dos brasileiros.